Viaje nesse Filme - 3 - Narradores de Javé

Passageiros,
Para relaxar um pouco, vamos assistir a um filme! Assistiremos “Narradores de Javé”. Recoste em seu assento e aproveite!
Narradores de Javé é um filme brasileiro de 2003, do gênero comédia/drama dirigido por Eliane Caffé, o elenco conta com José Dumont (Antonio Biá), Matheus Nachtergaele (Souza), Nélson Dantas (Vicentino), Rui Resende(Vado), Luci Pereira(Deodora/ Mariardina), Nelson Xavier ( Zaqueu) entre outros atores e atrizes.
A trama conta a história do vilarejo do Vale de Javé, que ao se encontrar ameaçado pela instalação de uma usina hidrelétrica, resolve registrar todas as suas histórias em um livro para comprovar que existe um patrimônio na cidade. Porém, existe um grande problema: a única pessoa que sabe escrever corretamente é o ex-carteiro da cidade, Antônio Biá, que passa a conhecer a fundo as histórias dos moradores, mas sente dificuldade de relatá-las já que não havia nenhum registro oficial que provasse tudo que ouviu.
 Nesse sentido, o filme “Os Narradores de Javé” apresenta as dificuldades para se registrar a história oral, que é o registro da história de vida de indivíduos que constroem  uma visão mais concreta da dinâmica de funcionamento e das várias etapas da trajetória do grupo social ao qual pertencem. Michael Pollak, em Memória, Esquecimento e Silêncio, diz que “ao privilegiar a análise dos excluídos, dos marginalizados e das minorias, a história oral ressaltou a importância de memórias subterrâneas que, como parte integrante das culturas minoritárias e dominadas, se opõem à ‘Memória oficial’.
No final do filme, o ex-carteiro entrega um livro em branco dada dificuldade de registrar a história oral, pois o relato de cada morador (a única fonte de recuperação apresentada no filme) buscava privilegiar a sua própria história ou a da classe a qual pertencia.   
Sim, e o que  isso tem a ver com a nossa disciplina?
Explico:
Em toda a história da humanidade, o povo sempre viveu na oralidade, as crenças, as histórias, as lendas eram passadas de pai para filho como forma de resgatar a memória e o passado. Assim como no filme os moradores de Javé buscam escrever um documento cientifico com a história da cidadezinha, é importante destacar que muitas escrituras que hoje temos acesso surgiram da oralidade histórica de um povo, como por exemplo, a Bíblia, parte dos acontecimentos históricos do Brasil e do mundo, entre outros.
Assim, podemos refletir sobre a veracidade (e quem sabe sobre a autenticidade) dos documentos arquivísticos e não arquivísticos que temos acesso. Será que refletem a realidade dos fatos?
Senhores passageiros vamos sair dessa turbulência, e entender mais sobre veracidade e autenticidade.
Autenticidade e veracidade são características documentais complementares, que tendem a serem confundidas pelo senso comum. A autenticidade diz respeito à geração de um documento e às qualidades que o legitimam para que ele possa exercer a plenitude de sua função administrativa, inclusive em termos legais. Os aspectos referentes ao conteúdo do documento dizem respeito à veracidade e não podem ser confundidos com a autenticidade. Por mais que um documento  não espelhe exatamente o ocorrido se ele seguiu todos os trâmites normais para a sua aprovação ele será sempre autêntico, mesmo que parte de sua informação não seja verídica.
( Conceitos retirados do blog do nosso comandante).
Desafivelem os cintos, pois chegamos ao final de mais um vôo!
Postado por Janaina Galvão.
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